quinta-feira, 8 de novembro de 2007


METADE Osvaldo Montenegro E que a força do medo que eu tenho Não me impeça de ver o que anseio Que a morte de tudo que acredito Não me tape os ouvidos e a boca Porque metade de mim é o que eu grito Mas a outra metade é o silêncio. Que a música que eu ouço ao longe Seja linda, ainda que triste Que a mulher que eu amo Seja para sempre amada Mesmo que distante Porque a metade de mim é partida E a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo Não sejam preces Nem repetidas com fervor, apenas respeitadas Como a única coisa Que resta a uma mulher inundada de sentimento Porque a metade de mim é o que ou ouço Mas a outra metade é o que calo Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma E na paz que eu mereço. Que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada Porque metade de mim é o que penso E a outra metade é vulcão Que o medo da solidão se afaste Que conviver comigo mesma Se torne ao menos suportável Que o espelho reflita em meu rosto Um doce sorriso Que me lembro ter dado na infância Porque metade de mim é a lembrança do que fui E a outra metade, não sei. Que não seja preciso Mais do que uma simples alegria Para me fazer aquietar o espírito E o que o teu silêncio Me fale cada vez mais Porque metade de mim é abrigo Mas a outra metade é cansaço Que a arte nos aponte um resposta Mesmo que eu não saiba E que ninguém a tente complicar Porque é preciso simplicidade Pra fazê-la florescer Porque metade é a platéia E a outra metade é canção E que a minha loucura seja perdoada Porque metade de mim é amor E a outra metade... T A M B É M

Um comentário:

  1. É lindaaaaaaa
    Mas que a mulher seja amada distanteee.....
    aaahhhh dessa parte nao gostei
    :(

    ResponderExcluir